O Segredo da "Oração de Jesus" 1

A Oração de Jesus, também chamada Oração do Coração, é uma oração curta cuja fórmula é orar de forma repetida. Foi amplamente praticada, ensinada e discutida através da história do Cristianismo Oriental. As palavras exactas da oração variam da forma mais simples, como Jesus tende piedade à forma mais estendida: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador.
A Oração de Jesus é, para os ortodoxos orientais e os católicos orientais, uma das orações mais profundas e místicas; é frequentemente repetida continuamente coma parte de uma prática ascética. Apesar de existirem muitos textos da Igreja Católica sobre a Oração de Jesus, a sua prática nunca atingiu a mesma popularidade da Igreja católica ortodoxa.

Alguns entusiastas defendem a sua origem até aos apóstolos, mas julga-se que não é possível encontrá-la, com as suas características actuais, antes do Século XIII. No entanto, tendo em conta a natureza da Oração de Jesus, descobrimos a sua origem no ambiente de busca de uma oração contínua que abarca intensamente a história espiritual dos primeiros séculos cristãos, particularmente na peregrinação dos Padres do Deserto.

É doutrina comum da vida monástica primitiva a procura do ideal da oração contínua. Santo António do Egipto (250-356) que ficou na história como o pai dos monges dizia que «rezava constantemente, pois tinha aprendiddo que era necessário rezar incessantemente em privado».
A aspiração a uma oração incessante revela-se em orientações como as de São Paulo que exorta a viver «perseverantes na oração" (Rom 12,12) e a orar «sem cessar» (1Tes 5,17).

Esta oração é perfeita como um mantra de meditação cristã. Um outro seu significado sugere a atenção consciente ao nosso interior quer no plano formal da repetição da oração, quer na frutificação da sabedoria do coração em todos os momentos presentes. Com a repetição desta oração simples podemos em qualquer momento despertar uma atitude positiva para o momento presente. Assim invocar permanentemente Jesus é para os cristãos aproximar-se da realidade tal como é, experimentar com coragem o universo criado, e não menos importante, aceitá-lo. Uma das descobertas valiosas com esta prática é sentir o fortalecimento da confiança na compaixão de Deus, que nos acompanha a todos, sem excepção, subtilmente pelas várias civilizações e gerações.

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